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29 de dezembro de 2005

Vista do espaço...

Um belo pôr-do-sol... como nunca vi...
 Posted by Picasa

Lançamento...

Foi ontem lançado o primeiro satélite do sistema de navegação global europeu... o Galileo (GNSS). Trata-se do arranque material do projecto que se espera concluído e complementado bervemente. Depois vamos ver como a coisa funciona, pois prometem uma precisão inferior a 1 metro... será???

12 de novembro de 2005

Dicas #1

Sabem como fazer uma ligação, para outro blogue ou página da internet, abrir numa nova janela, mantendo a do vosso blogue aberta? É muito simples. Quando estiverem a escrever o vosso "post" inserem as ligações como sempre fizeram até agora. Depois, no creador de "post's" do Blogger (vamos usar esta ligação), basta que cliquem na aba "Edit Html". A clicarem vai-vos aparecer o seguinte (cliquem na imagem em baixo para aumentar), com especial destaque para a parte sublinhada a azul e que se chama código html. Então devemos editar a linha que está sublinha na primeira imagem acrescentando-lhe a instrução target="_blank" no local indicado na segunda imagem. Assim a instrução target="_blank" faz com que o vosso browser abra uma nova janela para a ligação. Simples não é?

8 de novembro de 2005

Curso Livre de Pintura Mural na FLUP

O Departamento de Ciências e Técnicas do Património, através do Laboratório de Conservação e Restauro (LabCR) vai realizar um Curso Livre de Pintura Mural: técnicas de execução, causas de alteração e processos de conservação. A pintura a fresco em Portugal, que irá decorrer nos dias 05, 06 e 07 de Dezembro de 2005. O Curso será ministrado pelo Dr. Joaquim Inácio Caetano.
Mais informações em: http://sigarra.up.pt/flup/noticias_geral.ver_noticia?P_NR=629

6 de novembro de 2005

Império #1

Esta é a minha nova paixão e que vai preenchendo alguns dos meus tempos livres. Trata-se do jogo "Rome: Total War" da Activision. Este jogo vem na sequência da "Medieval: Total War", e o enredo leva-nos dos tempos da República Romana até ao Império, mais concretamente até à morte do primeiro imperador, Augusto. Cruzamo-nos e combatemos com heróis como Júlio César, Aníbal Barca e o rebelde Spartacus, num cenário que incluí mais de 10.000 campos de batalha baseado na topografia europeia e africana. Neste jogo de estratégia e simulação, além de podermos comandar as tropas em tempo real, movimentado as diferentes unidades no campo de batalha, temos que administrar as nossas cidades, exercer influências diplomáticas, tudo com o objectivo de ganhar prestígio junto do Senado e levar a nossa facção ao domínio de Roma e do seu Império. Nesta série de "post's" relatarei as minhas vitórias e derrotas, com imagens das batalhas, das cidades que administrarei, da evolução política e geográfica da República e Império Romana segundo os acontecimentos decorrentes no jogo. Claro que tudo isto se desenrola num mundo imaginário mas que tem por base todo o conhecimento actual desta aventura da história. Já agora, aqui fica a ligação para o jogo Rome: Total War.

Conservação preventiva no Caco

Já com quase um ano em linha, O Caco entrou em obras de conservação preventiva, nomeadamente no que diz respeito ao sistema de comentários que regressam ao Blogger, após as melhorias efectuadas nesse componente. De forma a não defraudar ninguém irei colocar, com o tempo, os comentários do antigo sistema no novo. Peço desculpa por qualquer transtorno que esta modificação possa trazer, mas quando se muda para melhor, pouco se perde...

1 de novembro de 2005

26 de outubro de 2005

GPS e a Arqueologia III

A questão levantada por um comentário anónimo nos “post” anterior dedicado a este tema, levantou questões pertinentes, nomeadamente relativas à desactivação dos erros induzidos pelo DoD e a discordância entre as coordenadas GPS e as obtidas através da Carta Militar.
Quanto ao GPS, primeiramente devemos ter em conta que o sistema de posicionamento global normalmente utilizado é o GPS SPS (Standard Positioning System), estando este sempre sujeito à degradação do DoD nos valores apontados nos “post’s” anteriores e que, em condições ideais e devidamente estimados pelo aparelho, sendo o erro sempre menor que 15 metros. Só no caso de se utilizar o GPS PPS (Precise Positioning Service) é que conseguimos obter valores de precisão mais fiáveis.
Em seguida, e no seguimento do anterior, temos que ter em conta o tipo de aparelho que utilizamos. É um aparelho para uso topográfico ou cartográfico, que com recurso a software próprio aproxima as margens de erro ao PPS? Ou é um aparelho, normalmente denominado por “básico” de uso recreativo? Os valores de precisão, naturalmente, irão variar consoante os casos, sendo essa precisão menor (logo maior margem de erro) no último caso.
Por fim, os problemas de precisão das coordenadas dos GPS’s, são os mesmo que os das obtidas através da cartografia impressa. Assim, em condições normais, a precisão das coordenadas será maior que aquela feita “a olho” no terreno e através da cartografia impressa. No entanto, e era esse o objectivo desta série de “post’s”, devemos ter em conta os erros a que os aparelhos de GPS estão sujeitos e procurar métodos de controlo desses erros.
Por exemplo, podemos escolher um ponto, exemplo um marco geodésico, na cartografia impressa e retirar-lhe as coordenadas. Em seguida deslocarmo-nos ao terreno e com o GPS obter as respectivas coordenadas. Por comparação dos valores podemos estimar quantos minutos, segundos ou metros (consoante o tipo de coordenadas) existem de diferença. Em ambos os casos é fundamental que se utilize o mesmo sistema de coordenadas, assim como o mesmo Datum, pois caso contrário, mesmo que as leituras fosse precisas, nunca corresponderiam uma à outra.
Esta pode não ser a melhor forma de controlar os erros, no entanto talvez seja aquela mais prática e menos dispendiosa. O ideal seria mesmo termos ao nosso dispor GPS’s Topográficos ou Cartográficos, pois assim poderíamos confiar mais descontraidamente nos valores das coordenadas. No entanto e na impossibilidade de os ter, no campo temos como melhores aliados os pontos notórios fixos da paisagem, como por exemplo o marco geodésico, torres de igreja, casas isoladas, entre outros, que desde que marcados na cartografia impressa nos podem servir de referência para os controlos de erro tantos dos GPS como na determinação de localizações “a olho”, através da medição das suas distâncias reais à verificadas na cartografia.
Em suma, julgo que não se poderá obter uma boa coordenada com recurso a um aparelho GPS sem a ajuda da cartografia impressa, assim como da cartografia impressa sem a ajuda do GPS. No entanto, folhas a 1:25.000 quase todos as teremos, agora GPS é que não… hehehe.
Relativamente ao GPS deixo aqui algumas ligações úteis para a questão dos erros induzidos:

18 de outubro de 2005

GALILEO - European Satellite Navigation System

Brevemente a Europa terá o seu próprio sistema de posicionamento global, cujas aplicações vão desde os transportes à economia, segurança, protecção civil, ambiente, agricultura e, porque não, ao património e à arqueologia em particular.
Para os interessados aqui fica a ligação para mais informações: http://europa.eu.int/comm/dgs/energy_transport/galileo/index_en.htm

Agradecimento ao Bota por nos informar da existência do European Satellite Navigation System

10 de outubro de 2005

PhD. Colin Richards na FLUP

O Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, através da Secção de Arqueologia, anuncia a presença em Portugal do Prof. Doutor Colin Richards (Universidade de Manchester, Inglaterra), destacado especialista britânico em arquitecturas pré-históricas, para proferir duas conferências nos dias 20 e 21 de Outubro de 2005:
  • 20 de Outubro, quinta-feira, 18 horas Anfiteatro Nobre Fazer monumentos: a construção dos grandes círculos líticos.
  • 21 de Outubro, sexta-feira, 18 horas Anfiteatro 1 Mudança de identidades no neolítico das órcades.
Entrada livre Apoio: British Council

GPS e a Arqueologia II

Como, mesmo na tecnologia, na é perfeito, e na sequência do “post” GPS e a Arqueologia I, vou agora falar das causas dos erros a que as leituras nos aparelhos GPS estão sujeitas.
Existem três tipos de “indutores” do erro e que podem surgir isolados ou combinados, sendo eles:
  1. Erros provocados por ruído (noise): São erros combinados pelo efeito do código Pseudo Random Noise (cerca de 1 metro), que modela o sinal da frequência L1, e pelo ruído do receptor (cerca de 1 metro).

  2. Erros induzidos (bias): Relativos ao acesso selectivo do Departamento de Defesa dos E.U.A. (DoD) que degrada o sinal do SPS, alterando a sua precisão potencial do código de aquisição (Coarse Acquisition) de 30 metros para cerca de 100 metros. Além deste existe o erro do relógio dos satélites (veículos espaciais ou “SV”), não corrigido pelo Segmento de Controlo e que é de cerca de 1 metro. O atraso troposférico também influência as leituras em cerca de 1 metro, assim como o atraso ionosférico não modelado e que provoca erros de 10 metros. Por fim, nesta categoria, os erros provocados pela reflexão do sinal por superfícies perto do receptor e que podem atingir cerce de 0,5 metro.

  3. Erros grosseiros (blunders): Resultantes de enganos do Segmento de Controlo originados pelo computador ou por falha humana, erro esse que varia de 1 metro a centenas de quilómetros. Enganos do utilizador, por exemplo na escolha incorrecta do datum e cujo erro pode variar entre o metro a centenas de metros. Erros de receptor motivados pelo hardware ou software cuja variabilidade é de qualquer dimensão.
Quando se verifica uma combinação de erros provocados por ruído e indução, o erro é de cerca de 15 metros por cada satélite usado na determinação da posição. Assim, neste caso, caso se utilizem três satélites, e por infelicidades somos afectados simultaneamente por erros de noise e bias temos um erro de 45 metros.
Por fim existe aquele que, talvez, afecte as leituras com mais frequência. Trata-se da Degradação Geométrica da Precisão e Visibilidade (GDOP). Este erro relaciona-se com o ângulo do receptor relativamente aos satélites (SV). Por exemplo se no momento da leitura os satélites estiverem com ângulos muito fechados relativamente ao receptor temos um mau GDOP. Por outro lado, se os ângulos forem razoavelmente diferentes temos um bom GDOP. Por outro lado, mesmo com ângulos diferentes e um bom GDOP, temos que ter em conta a visibilidade, ou seja, se existem obstáculos que degradem ou interrompam o sinal, como por exemplo montanhas e edifícios altos.
Assim, num dia mau podemos colocar um sítio no concelho vizinho ou mesmo no meio do oceano.

Finalmente o silêncio...

Finalmente o silêncio. Depois de algumas semanas de intenso arraial, onde se viu aquilo em que a ânsia de poder, tanto para o bem com para o mal, transforma o homem. Foram semanas em tudo parou e se concentrou nas discussões acessas do acessório, atónitos pelo moralismo e autoridade revelada por alguns, segundo Louçã, “candidatos-bandidos” que mesmo investigados ou fugidos à justiça falam do alto do cavalo, parecendo mesmo detentores da razão e guardiães da democracia. Mas tirando esses mestres do caciquismo, na sua expressão mais baixa, o restante país revelou a sua maturidade democrática, votando em grande número, civilizadamente, sem boicotes e, acima de tudo, tranquilamente. Assim, apesar de alguma instabilidade social, que creio seja artificial e na onda do discurso catastrófico da “tanga” e do “fio dental”, os portugueses demonstraram que sabem o que pretendem e em quem votam. No entanto gostaria de deixar algumas notas relativamente àquilo que achei menos bom, e que não se liga directamente a esta campanha eleitoral, mas sim às campanhas eleitorais em geral. Aqui vai:
  1. Deveria passar a haver um limitador de decibéis nos carros que andam com aquelas grafonolas no tejadilho. Digo isto porque na sexta-feira ia dando em maluco pois tive que fazer uns 10 Km a passo de caracol atrás de uma dessas máquinas infernais. Ainda me martela no cérebro aquela voz e música de cana rachada, fazendo-me pensar que a situação ideal era que em vez de megafones, esses carros deviam estar equipados com som de alta-fidelidade… ao menos apreciava-se a qualidade do som e a poluição sonora diminuiria drasticamente.
  2. Deviam ser banidos cartazes de mau gosto, sem sentido estético e com slogans no mínimo surrealistas… para perceberem do que falo podem visitar um excelente “blogue” criado pela equipa do Sapo (veja a ligação no fim, porque senão não acaba de ler o meu “peixe”).
  3. Esta é completamente inconstitucional e antidemocrática, mas no entanto poderá servir como reflexão. Alguns candidatos deviam ter que prestar provas, tipo exame psicotécnico, para demonstrarem se sabem ao que se estão a candidatar e se sabem quais são as competências dos órgãos a que se candidatam. Assim, só no caso de terem uma classificação superior a 10 valores, em 20, é que podiam ser admitidos como candidatos.
  4. Os candidatos deviam estar proibidos de expressar dotes artísticos, habilidades de ilusionista ou capacidades esotéricas. Acima de tudo deviam estar proibidos de cantar “A Portuguesa”… se a querem cantar e não sabem, contratem uma cantor(a) profissional ou amador, mas que tenha boa voz. Cantar mal “A Portuguesa”, goste-se do hino ou não, por mais bem intencionado que se seja, é um sacrilégio…
  5. Os candidatos, pelo menos alguns, além dos exames psicotécnicos, deviam ter aulas, não digo de etiqueta, mas ao menos de boa educação, factor elementar dos Estados desenvolvidos e dos bons democratas. Boa educação tanto na vitória como na derrota só os honra.
  6. Deviam ser estimuladas as “arruadas”, em especial aquelas onde figuram cabeçudos e artistas de circo, em detrimento das caravanas automóveis que apenas contribuem para a poluição atmosférica e sonora, e parecem ser um modo dos candidatos fugirem ao contacto com as populações. A “arruada” é a campanha genuinamente portuguesa e, como foi demonstrado pelas televisões poderá tornar-se numa grande atracção turística. Já estou a imaginar de quatro em quatro anos promoções turísticas na Alemanha, Dinamarca, Suécia, entre outros, para assistirem às campanhas eleitorais em Portugal. A ideia é idiota, mas era capaz de vingar…
  7. Em caso investigação judicial, o cidadão perderia o direito de se poder candidatar, podendo fazê-lo imediatamente após o tribunal determinar a sua inocência. Sei que a justiça, e bem, presume a inocência de qualquer pessoa até a culpa ou não “transitar em julgado” (adoro esta expressão, sublime) e poderá chocar com os direitos constitucionais. Digo isto apenas para bem dos políticos, pois por vezes necessitamos de abdicar de direitos e fazer sacrifícios para sermos respeitados e contribuirmos para o desenvolvimento do país.
  8. Os cidadãos deveriam ser “obrigados” a votar. Caso o não fizessem perderiam o direito à greve e acesso aos serviços não fundamentais do Estado. No primeiro caso porque se não votaram em ninguém excluem-se da sociedade democrática e como não participaram no acto eleitoral e nem sequer elegeram ninguém perderam o direito de reivindicar o quer que seja. No segundo, novamente porque se colocaram à margem do processo democrático, característica fundamental da nossa sociedade, apesar de não perderem os direitos sociais, não poderiam pedir passaportes, certidões várias e que lhes complicariam a vida profissional ou o seu lazer no exterior, por exemplo (uma coisa boa que o Brasil tem, esta).
  9. A cada eleição, e fora delas, fica provado que um "canudo" ou erudição de alta cultura não trazem boa educação, inteligência e saber estar em democracia.
São estas algumas ideias que deixo à consideração de não sei quem, mas pronto disse o que penso. Já agora, e puxando a brasa à minha sardinha, o candidato eleito do círculo onde vota chegou a falar do património cultural, em especial arqueológico, na campanha? Responda nos comentários, se não se importar… é uma curiosidade que tenho. Cá fica a ligação para o Autárquicas em Cartaz do Sapo.

20 de setembro de 2005

Ainda acerca dos problemas da arqueologia...

Para ilustrar melhor a resposta á pergunta de Vasco Gil Mantas, onde se questiona se os arqueólogos têm medo da mudança, tomei a liberdade de me socorrer daquilo que Vítor Oliveira Jorge expõe no seu livro “Arqueologia, Património e Cultura” - também de uma forma clara, explícita e acima de tudo desassombrada - relatando um dos maiores problemas da arqueologia portuguesa, e um dos factores que, provavelmente, mais inibe uma mudança.

“O que existe são duzentas ou trezentas pessoas que se reclamam dessa designação (de arqueólogo), mas que não estão profissionalmente bem organizadas. Encontram-se muito divididas, e, como se sabe são ainda muito frágeis em termos deontológicos e de resistência às «seduções» do poder. Não há uma consciência de «classe», uma consciência de unidade, que volte para o exterior uma face sem fracturas, atitude essencial para que a arqueologia se possa afirmar no seio da sociedade como uma profissão. Isso não significa unanimismo, ou consenso forçado, mas o seu contrário: maturidade para assimilar as diferenças, e jogar com elas a nosso favor, assentando num denominador comum mínimo, como plataforma para reivindicarmos uma acção mais eficaz no seio da sociedade. Pluralismo, e capacidade para se concertar uma estratégia, são duas realidades que se não contradizem, antes mutuamente se reforçam; porém, exigem que ultrapassemos um certo limiar de amadurecimento colectivo.”
in: Jorge, Vítor Oliveira (2000). Arqueologia, Patrimonio e Cultura. Lisboa: Instituto Piaget, p. 61.

19 de setembro de 2005

No correio archportiano...

Foi com satisfação que li no Archport, e apresentado de uma forma assim tão concreta e pela mão de um profissional autorizado como Vasco Gil Mantas da FLUC, algo que com um grupo de amigos de faculdade temos vindo a discutir. Sem demoras cito os pontos de resolução apontados:

“1 - Realização de um Congresso para discutir a situação actual e as perspectivas futuras da Arqueologia Portuguesa, uma vez que se esfumou definitivamente o mito do "poder da arqueologia". Mas um Congresso com efeitos práticos. Basta ler as conclusões dos diversos congressos, desde há 30 anos, para ver o que valem.
2 - Como já defendi frequentemente, advogo a mudança da tutela da Arqueologia do Ministério da Cultura para o Ministério da Ciência e do Ensino Superior. A Arqueologia é uma actividade científica. Não tem nada que ver com Indiana Jones ou com literatura tipo "Quo Vadis?". Será que os arqueólogos têm medo da mudança?”

Quanto à primeira questão, julgo que as reuniões para discussão não de temas arqueológicos, mas sim de questões deontológicas, técnicas e de filosofia, inerentes à ciência arqueológica, deveriam decorrer anualmente, através da constituição de verdadeiros grupos de trabalho regionais, temáticos, ou de qualquer outro cariz, que apresentariam as suas conclusões e opiniões nessa reunião anual. Assim levantavam problemas relativos à investigação e se lançavam novos desafios.

Quanto à segunda proposta apresentada, considero ser mais que evidente a passagem da arqueologia para a tutela do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, exactamente pelos motivos apontados… trata-se de uma ciência, pelo menos no resto do mundo, onde já não existe lugar para amadorismos ou forma de “entreter o tempo”. Relativamente ao medo da mudança… sim, os arqueólogos têm medo da mudança, pois nem sequer estando reunidos numa ordem profissional querem ser mais papistas que o Papa.

10 de setembro de 2005

Foi localizado....

Afinal sempre se acabou por descobrir o afamado "Cú de Judas". Esta informação, chegada via email, apenas localiza o local numa carta militar à escala 1:25.000, não existindo mais informações acerca do distrito, concelho e freguesia... não se pode ter tudo.

6 de setembro de 2005

O Dicionário DEISS

Hoje não tinha nada para fazer e por isso decidi criar um novo blog. Chama-se “Dicionário DEISS: Dicionário das Expressões Incomuns e dos Segundos Sentidos”.
Insere-se na classe dos blog’s de comunidade, visto que permite a participação de quem quer que seja.
Fica aqui o apela para participarem e o link, pois o que interessa saber já lá está, na nota de abertura.

http://dicionariodeiss.blogspot.com/

Participem!!!

30 de agosto de 2005

GPS e a Arqueologia I

A utilização do GPS tem-se generalizado nos últimos anos, tanto para uso lúdico como profissional, sendo a arqueologia uma das áreas onde se revela de extrema utilidade.
No entanto existem algumas considerações que devem ser levadas em conta, inicialmente no que diz respeito às características operativas do aparelho e, secundariamente, no que diz respeito à sua utilização no terreno.
Os serviços de posicionamento GPS estão divididos em dois tipos: o Precise Positioning Service (PPS), utilizado para fins militares e que oferece grandes níveis de fiabilidade; e o Standard Positioning Service (SPS) destinado aos utilizadores civis.
Sendo o SPS aquele que nos interessa, temos que ter em conta que a sua precisão é intencionalmente degradada pelo Departamento de Defesa dos E.U.A. (DoD), oferecendo-nos valores de 100 metros na precisão horizontal, 156 metros na precisão vertical e 340 nanossegundos na precisão temporal, assegurando-se desse modo um grau de confiança na ordem dos 95%.
Para contrariar estas margens de erro, alguns fabricantes utilizam valores de precisão mais favoráveis através do cálculo de desvio padrão como o erro métrico quadrático (e.m.q.), que confere uma confiança de 68%; o erro provável circular (EPC) com uma confiança de 50%; e o erro provável circular (EPE) que também oferece uma confiança de 50%.
Os receptores mais precisos são aqueles que utilizam frequências L1 e L2, que possibilitam uma maior correcção de dados através de software adequado. Neste caso, os receptores L1 oferecem margens de erro de 1 cm na precisão horizontal, 2 cm na vertical e 0,005 milissegundos na precisão de azimute. Os receptores L2, que utilizam também a frequência L1, têm uma precisão horizontal de 5mm, vertical de 1 cm e de azimute 0,005 milissegundos.
Posto isto devemos sempre ter em conta a qualidade e fiabilidade do aparelho receptor que se pretende comprar/utilizar, visto que da soma destes factores atrás descritos, vai resultar uma maior ou menor precisão de leitura. Assim o arqueólogo, no campo, deve ter sempre presente que a leitura que está a obter não é real, mas fruto de um conjunto de estimativas calculadas a partir do acesso selectivo do DoD e que degrada intencionalmente o sinal SPS.
Apesar desta degradação, existem outros factores que contribuem para o aumento das margens de erro nas leituras, mas isso fica para o próximo post.
Devo ressalvar que não sou nenhum especialista na matéria, e toda a informação aqui descrita tem como fonte o livro “Noções Gerais de Geodesia”, publicado pelo Instituto Geográfico do Exército (www.igeoe.pt).

    

24 de agosto de 2005

Material para prospecção de campo

Antes de mais, esta lista não pretender ser "a lista" de materiais para prospecção. É uma lista resultante de uma meia-hora de reflexão acerca do assunto. Distinguir o essencial do acessório foi o desafio, mas como tudo, aquilo que é indispensável para mim pode ser perfeitamente dispensável para os outros, e vice-versa. Assim temos:
  1. Máquina fotográfica digital.
  2. Cartões de memória suficientes para qualquer eventualidade.
  3. Pelo menos 4 kits de pilhas (carregadas e não incluíndo as que estão na máquina) para a máquina fotográfica.
  4. Carregador de pilhas com adaptador para o isqueiro do automóvel.
  5. Cartografia militar M888, à escala 1:25.000 e M782 à escala 1:50.000.
  6. Cartografia geológica à escala 1:50.000
  7. Cartografia cadastral à escala 1:5.000 ou 1:10.000 das áreas que se vai prospectar.
  8. Escala de coordenadas em plástico transparente.
  9. Canetas de acetado de diversas cores e bicos de diferentes tamanhos.
  10. Caneta de filtro à prova de água.
  11. Lapiseira 0,5mm ou 0,7 mm.
  12. Borrachas.
  13. Caderno de campo (a gosto, pois existem vários modelos possíveis).
  14. Papel milimétrico (A4 e/ou A3).
  15. Rolo de papel de poliéster.
  16. Duas escalas em madeira ou outro qualquer material. Uma com, por exemplo, 10 cm e outro com 40 ou 50 cm. Em alternativa, bandeirólas.
  17. Bússola para orientação, de fundo em acrílico transparente, com escalas e mira de azimutes.
  18. Fitas métricas de 8 metros (metálica) e de 50 metros (em pano ou plástico).
  19. Novelo de fio de nylon fino, de cor branca ou amarela.
  20. Cavilhas de metal
  21. Sacos de plástico de diversas dimensões e com fecho hermético na boca (ter alguns previamente prefurados para evitar a condensação interior quando fechados).
  22. Nivel de bolha de tamanho médio.
  23. Colherim, enxó de cabo extensível, pequeno machado (há quem prefira catana), pinceis de diversos tamanhos e tesoura de podar pequena ou média.
  24. Lanterna.
  25. Mochila, no mínimo de 40 litros, de tecido resistente e impermeável... para levar esta tralha toda...
Para os mais arrojados, e que levam a coisa mesmo a peito, pode-se incluír material de campismo, desde uma tenda iglo (por ser mais leve) e um pequeno fogãozinho para um café quente, um GPS, e por aí fora... Não incluí o veiculo de transporte porque esse é demasiado óbvio, seja ele todo-terreno ou não. Aqui está uma lista, certamente muito incompleta, mas que penso reúne o mínimo dos mínimos. Se quiserem ajudar nesta lista, façam-no nos comentários... eu agradeço :) Já agora, aqui fica o "SURVIVAL GUIDE FOR ARCHAEOLOGICAL PROJECTS" do University College of London.

23 de agosto de 2005

Actualizar o blog com o Word...

O pessoal do Blogger decidiu lançar uma ferramenta que permite actualizar os blogs do "Blogspot" a partir do Word. Bem, é uma boa notícia, e para descarregar a ferramenta basta clicar aqui.

O Mês do fogo...

Os noticiários actuais inundam-nos de informações relativas aos fogos e grandes incêncios que vão consumindo as nossas florestas. Sempre pensei que este fosse um problema actual e de longe pensava que este assunto dos incêncios é mais velhinho que o século (século XX, entenda-se). Foi graças à Biblioteca Nacional que descobri tal facto. A Biblioteca Nacional Digital contém um item chamado "Tesouros" onde se podem visualizar documentos que se destacam pela sua originalidade. Assim, na secção de periódicos, descobri o "Almanach do Antonio Maria para 1882", ilustrado pelo brilhante Rafael Bordalo Pinho, onde a páginas tantas se vê uma gravura com a seguinte legenda: "Agosto - O Mez do Fogo". Se continuaram a folhear encontram uma "Tabela dos Incêndios". E é só folhear para econtrar mais. Afinal, talvez, digo eu, o problema seja de um Portugal precoce, nisto e noutras coisas... FONTE: Biblioteca Nacional - www.bn.pt

12 de agosto de 2005

Os ricos e os pobres de David Landes

"A RIQUEZA E A POBREZA DAS NAÇÕES - Por que são algumas tão ricas e outras tão pobres", de David S. Landes, é um livro que brevemente fará parte da minha biblioteca. Tenho andado a namorá-lo desde que foi editado, mas por um motivo ou outros, fui adiando a sua aquisição... talvez as 784 páginas, inconscientemente, me tenham assustado :) O seu autor é professor emérito na Universidade de Harvard, e neste livro aborda as razões pelas quais algumas nações atingem o sucesso económico e outras não. A complexa interacção de factores culturais e circunstâncias históricas provocam nas nações épocas de prosperidade e recessão, num equilíbrio constantemente precário, fruto das suas escolhas e atitudes, e colocando Portugal como um dos pioneiros da globalização.

11 de agosto de 2005

Leituras...

Muito brevemente aqui ficam alguns dos autores que me ocupam o tempo, neste momento. DBC Pierre (que ainda não ocupa, mas brevemente estará a ser lido) e Paul Auster. Do primeiro temos o livro "Vernon Little: O bode expiatório" e do segundo, depois de acabar "Timbuktu", irei ler "A Música do Acaso". Para quem não conhece estes autores, ou quer aprender mais sobre eles, deixo o link para duas entrevistas (uma de cada um) dadas no programas "Pessoal e Transmissível" da TSF. Já agora, deixo também, a entrevista de Amin Maalouf para os interessados.

Harry Potter again...

Bem, lá está! Para mim este é um dos cúmulos que marcaram os meus próximos tempos. Vai servir de termo de comparação e chacota. Vou procurar tocadilhos onde o poderei incluír, principalmente para me referir a situações ambíguas e outras assim... Descobri que existem duas versões do último livro do Harry Potter - uma para adultos e outra para crianças. Tornou-se-me, assim que li o segundo livro, que os seguintes iriam acompanhar a evolução metal, física e emocional de um jovem que estava a crescer, e para mim esse era um dos factores que me atraía na história. Mas a criação de suas versões nem me choca por aí além... queimar os livros sim... mas fazer duas versões, neste caso, não foi concerteza por pudor ou qualquer tipo tentativa de proteger as crianças de algumas cenas, eventualmente, inapropriadas para a sua idade (ainda não li o livro, mas arrisco o comentário). Na minha opinião, e o que me choca, a editora resolveu editar as duas versões, não para proteger as crianças - como já disse - mas para evitar que os pais não comprassem o livro e assim não ter perdas nos lucros... será??? Talvez esteja a divagar... talvez... Cá está o link, aqui.

4 de agosto de 2005

Astérix

Recentemente comprei mais um valor para a minha colecção de BD's, neste caso do Astérix. Nada demais não fosse o facto de ter encontrado, nas novas edições da ASA, duas alterações que me deixaram, naquele momento, profundamente ofendido. É que decidiram alterar os nomes do chefe da aldeia irredutível e do seu bardo também. Aquele que antes era Abraracourcix (o chefe) passou a chamar-se Matasétix???, e o bardo de Assurancetourix passou a chamar-se Cacofonix (neste último até acho que fizeram bem CACOfonix...), mas mudar o nome do chefe... isso não... mas esta foi, como já disse, a reacção do momento. Agora vou ter que ver os novos volumes e verificar se existem outras alterações, assim, de vulto. É que as edições que possuo remontam aos anos 90. Como resultado disto tudo, tomei consciência que são tão susceptível quanto aqueles irredutíveis gauleses...

O regresso... triste regresso...

Acabaram as férias... o facto por si só é um pouco agressivo. Os dias de canícola são viciantes e a retoma do ritmo do dia-à-dia por vezes custa um pouquinho. No entanto não é este facto que verdadeiramente me entristece, é outro. Por obrigação, passo todos os dias pela bela vila de Arouca (um bom sítio para se viver... verdade!!!), quando hoje de manhã me deparei com uma intensa nuvem de fumo, provocada por um incêndio. Tal era a escuridão que tive que ligar os faróis do automóvel para, principalmente, sinalizar a minha presença. Pensei, daqui a pouco está apagado... vem um helicóptero e dá cabo dele. Mas não... continuou a arder... e ardeu... lançou fumo tal que esta era a núvem por cima do vale onde se encaixa a bela vila, uma vista de casa dos meus pais ao meio-dia. No fim da tarde, voltei a passar na mesma estrada por onde, de manhã, havia passado. Deparei-me com o seguinte... É por isto que o meu regresso é triste, assim como triste é a cina de quem perdeu os seus valores, assim como a deste país que arde sem que se faça alguma coisa. Hoje foi um dia triste, pois nem o sol brilhou, e esta é a prova...

20 de julho de 2005

Férias...

Pois é... quem disse que trabalhar não cansa anda muito enganado ou então, simplesmente, não trabalha. Assim vou refrescar as ideias, desligar-me da vida diárias e das tecnologias e, por uns tempos, vou tornar-me eremita num monte qualquer. Comigo levarei um livro "Timbuktu" de Paul Auster, um saco cama e uma tenda... para ser igual à história do livro só me falta o Mr. Bones, o canito narrador. Então... até ao regresso.

19 de julho de 2005

Harry Potter... O Príncipe do Mal???

Este fim-de-semana foi lançado o novo livro do Harry Potter, embora a tradução em português só nos chegue em Outubro. No entanto não é disso que quero aqui falar. Este é um “post” de atónito espanto, resultado de uma reportagem que a CNN colocou no ar no passado Sábado, respeitante a um conjunto de “pessoas” que têm algumas “reservas” quanto aos conteúdos dos livros de J. K. Rowling. Literalmente, aqueles senhores e senhoras, rasgavam e queimavam os livros dizendo, de bíblia na mão, que tais livros estavam empestados de feitiçaria, magia negra e outras coisas mais, não sendo por isso algo que as crianças e jovens pudessem ler, pois a mensagem transmitida distorceria o seu crescimento mental e espiritual… Acabada a reportagem fiquei uns cinco minutos de olhar perdido e a relembrar tudo o que lera nas histórias do Harry Potter. Imediatamente a seguir comecei a procurar histórias paralelas, que de uma forma ou outra envolvem bruxas, feitiçarias e essas coisas… e elas são inúmeras, desde feitiços de adormecimento a maçãs envenenadas por maléficas bruxas más. Para aquela “gente” o mundo da fantasia é distorcido, maléfico ou será que julgam que basta ser-se bruxo ou feiticeiro para se ser mau? Será que pensam que os “maus” são apenas um grupo estereotipado de pessoas associadas a uma “actividade”, neste caso, e necessariamente bruxos e feiticeiros? As imagens apresentadas na reportagem parecima mais uma versão pós-moderna dos autos-de-fé do passado, ou aqueles acontecimentos passados num gueto judeu de Varsóvia. Isso sim é que distorce a mente das crianças, ver adultos a ter comportamentos daqueles. Como terá sido o Halloween deles? Será que não têm, escondidas algures, fotografias onde estão mascarados de feiticeiros? E o dos filhos, que dirão eles aos seus filhos? Para mim isto é um exemplo de fanatismo, talvez pior que o muçulmano, pois não assenta em valores de qualquer espécie. Trata-se da segregação de tudo quanto é tido por humanidade por meio da emulação pelo fogo. Quem é que imaginou tal coisa e a determinou? Não necessitará de tratamento?

8 de julho de 2005

O MapAdventure

Pois é, finalmente o nosso IGEOE, em parceria com um privado, resolveu lançar um produto que será de grande utilidade para o pessoal que se dedica à prospecção de campo. Trata-se do MapAdventure, um software para pocket PC que além de indicar velocidade, conta quilómetros, altitude, direcção, cronómetros, permite a utilização das Cartas Militares à escala 1:25.000 e Ortofotomapas.

O preço de lançamento, indicado na mailling list do IGEOE que recebi, é de 350 euros (IVA incluído) pela aplicação e o GPS bluetooth. Caso se deseje só a aplicação, esta custa somente 199 euros (IVA incluídos) além de, em ambos os casos, o cliente ter direito a 12 cartas militares à sua escolha, para utilizar no sistema, completamente grátis.

Este produto encontra-se à venda nos seguintes locais:

-Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) - Lisboa Loja da Cartografia por e-mail(*) para: igeoe@igeoe.pt por Fax para: 218 532 119 - InfoPortugal S.A - Porto por e-mail(*) para: fernandapires@infoportugal.pt (22 600 16 66 - Fernanda Pires) por Fax para: 226 001 663 - Lojas FNAC

Boas notícias estas, para quem vê nestas tecnologias uma forma de aperfeiçoar o seu trabalho. Mais informações no site MapAdventure.

2 de julho de 2005

O Anti Mosquito: verdade ou mentira?

Heis o problema discutido por todos os portugueses. Será que o programa Anti Mosquito funciona? O debate está aberto na sociedade portuguesa. Na verdade não sei muito bem qual será a sua utilização na arqueologia, mas este software surgiu-me tão inesperadamente que não resisto a divulgá-lo. Também não sei se é eficaz ou não, mas o seu autor, Bhagyesh Trivedi, diz que o programa produz um som entre os 16000Hz e os 20000Hz, inaudível pelos humanos e respectivos animais domésticos, que, segundo ele, provoca desconforto nos bichitos malditos fazendo com que não voem. Agora asua aplicação na arqueologia fica ao critério de cada arqueólogo. Testemunhos da sua funcionalidade já os tenho, estou a testá-lo agora também. E pronto, só falta o link para o download e que é este, bastando clicar AQUI.

23 de junho de 2005

Niquices Informáticas e outras coisas...

Parece que com o calor, as coisas começam a derreter. Foi o caso do meu computador, cuja "board" derreteu literalmente. Como se não bastasse, desde que o Sapo fez aquela actualização das velocidades de comunicação, de 2 a 8 Mbps, mais ou menos de 15 em 15 minutos fico sem sinal na linha. Eles bem avisaram que iriam ocorrer algumas anormalias durante algum tempo, mas isto já está a ser tempo a mais. É esse o motivo pelo qual este blog tem estado pouco activo. Além disso vivemos a plena época dos exames e o tempo escasseia. No entanto já tenho os problemas remediados, por enquanto, e por isso já posso voltar a "blogar".

26 de maio de 2005

O Sítio do Prospector

Como já alguns devem saber, estou a desenvolver uma página de internet onde espero contar com a colaboração de alguns amigos. Essa página chama-se Prospector, onde estarão incluídos os desenvolvimento da base de dados com o mesmo nome. Nos últimos tempos tenho dedicado especial trabalho ao grafismo do sítio, tendo já inventado cerca de 4 versões diferentes. No entanto penso ter chegado à fórmula final, que pode ser apreciada aqui. Foram alguns meses de ocupação dos tempos livres nesta concepção, pelo que julgo importante, para mim, saber a vossa opinião. Trata-se ainda do rosto do sítio, estando ainda por desenvolver o layout dos conteúdos. Que tal? Gostam ou não?

25 de maio de 2005

Momento Zen

Os momentos de fúria e raiva, por vezes, revelam-nos o melhor que a vida tem... rirmo-nos de nós e dos outros. Foi isso que descrobri ao pesquisar o blog da Associação de Radicais pela Ética, principalmente ao ler a "Bandeira do Iscolari", num blog que não vou enunciar. Peço desculpa ao leitores do Caco, mas não consegui resistir... ou rebentava...
Para espelhar o meu actual estado de espirito, sugiro que visitem o blog "VOTEM nas PUTAS que nos filhos não deu resultado".

23 de maio de 2005

Naftalina

Também conhecido como naftaleno, trata-se de hidrocarboneto aromático descoberto em 1819 por Garden, no alcatrão da ulha. Ao longo da história tem sido empregue na protecção de peles, tecidos e vestuário do ataque de insectos. Além disso, também pode ser utilizado como clister quando utilizado juntamente com óleo de bergamota e um purgante de óleo de ricínio. Outra utilidade está no seu uso em forma de pomada e linimento contra dermatoses crónicas, psoríase, lepra, entre outras doenças. No entanto, tem caído em desuso face ao seu alto nível de toxicidade. E porque falo eu de naftalina? Bem, é fruto de um relatório, publicado esta manhã, do Observatório Europeu para a Agricultura e Pescas onde refere que, este ano e nos próximos meses, a praga de escaravelho, que afecta todos os anos as plantações de batatas, não ocorrerá em Portugal ou será totalmente eliminada face à quantidade deste naftalina que, desde ontem à noite, tomou conta do ar português em virtude da vitória do Benfica na Superliga. Diz o Observatório que "desde o apito final do jogo no Estádio do Bessa, fruto da afluência dos benfiquistas às arcas onde guardavam os cachecóis, chapéus, bandeiras e outras indumentárias, se espalhou por toda a área entre Porto e Lisboa uma mancha de naftalina que produzirá um efeito benéfico para a cultura da batata, repelindo o escaravelho para zonas como Alentejo, Algarve e Marrocos", desconhecendo-se, no entanto, qual o efeito nas comunidades humanas, recomendando a toda a população que se feche em casa. O mesmo observatório, em virtude destes factos emitiu mesmo um alerta amarelo para todos os países da bacia do mediterrâneo, pois a deslocação das comunidades de escaravelhos, assim como a mancha de naftalina, poderá varias consoante a direcção do vento, afirmando, ao mesmo tempo, que já solicitou à NASA o acompanhamento, via satélite, do sucedido. O Departamento de Estado, também já reagiu à situação, tendo solicitado às Nações Unidas uma comissão de inspectores para acompanhar o caso por suspeitas de "concentração anormal de químicos na atmosfera, que poderão indiciar o início de produção em Portugal de material bélico para guerra química, em especial numa zona denominada por "Estádio da Luz", suspeitando-se que se trate de um unidade fabril dirigida por um indivíduo que responde pelo apelido de "Saddam ou "Kadafi dos Pneus", informações que a C.I.A. espera ter ainda hoje confirmadas. Como medida de prevenção, os EUA já fizeram desviaram um porta-aviões, que se encontrava ao largo de Guiné-Bissau e se deslocava com reforços para o Iraque, onde, além de 150 caças-bombardeiros, se encontram cerca de 2.500 marines prontos a intervir". Contrariado, mas... Parabéns ao Benfica!!!

6,83%

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18 de maio de 2005

Informação Arqueológica Antiga

Num comentário efectuado no blog "A Bota do Arqueólogo", referi-me ao facto de, por vezes, se ignorar as informações antigas por se as considerar inúteis ou, mesmo, inadvertidamente por desconhecimento das mesmas. Pessoalmente considero que a postura ideal é a de fazer sempre que possível referência às informações antigas, independentemente do âmbito do estudo, tentando provar a sua utilidade ou não. Embora no caso dos estudos de impacto (EIA) não haver grande espaço para essas redundâncias, considero que o cuidado deve ainda ser maior pois podemos estar na presença de uma destas situações:
  1. Deslocação do topónimo, sendo esta uma situação recorrente na cartografia actual e mesmo junto das comunidades locais.
  2. Haver mais que um sítio na zona prospectada e a referência antiga reportar um, enquanto que as evidências no local podem ser de outro semelhante ou de uma sucessão de ocupações do mesmo espaço territorial.
  3. Não haver sítio algum, pelo menos identificável sem a realização de sondagens ou de trabalho de escavação.
  4. Erro na localização antiga ou actual, por má interpretação do informador local ou por erro na informação prestada ao prospector antigo e actual.
  5. Má avaliação, involuntária, na valorização ou desvalorização da informação antiga, porque, como humanos, estamos sujeitos a essa variável.
  6. De momento não me lembro de mais nenhuma, mas seria interessante que se acres-centassem mais algumas, caso existam…
Considero que é por estes motivos que a referência à informação antiga deve ser efectuada e, porque não, mesmo ser enfatizada na negativa ou na positiva, de modo a abrir portas à discussão e, porque não, numa atitude prudente. Evidentemente que o dono de obra não está interessado nestas questões, querendo apenas dados concretos sobre a existência ou não de sítios arqueológicos, além de que, é extremamente difícil, por parte do arqueólogo, na ausência de evidências cabais, equilibrar aquilo que deve considerar um sítio, possível sítio ou não sítio, indo ao encontro de um "post" anterior, colocado na "Bota do Arqueólogo", referindo-se a essas definições. Talvez arrisque um exemplo, que poderá não ser o mais feliz. Seria como perder parte do registo de um objecto museológico, ficando desse modo o seu processo incompleto. Ao considerar que o sítio arqueológico deve ser, numa situação ideal, estudado na sua plenitude e não dando especial atenção àquela ocupação ou aquela característica em particular, não posso deixar de considerar, as referências antigas, úteis ou não, importantes para o processo do sítio, pois juntamente com elas posso incluir as razões para a sua classificação, aplicando-se o mesmo no caso dos EIA. Ao incluir essas referências e as respectivas ilações e, se por outro lado, as tornar públicas e abertas à discussão posso estar a minimizar um eventual erro, isto partindo do princípio que a discussão é possível e desejável. E como o fazer? Também me interrogo... É certo que isso requereria uma grande disponibilidade e boa vontade por parte de todos os intervenientes num caso particular e de toda a comunidade arqueológica. Por outro lado, se ignoro a informação antiga e a não cito em parte alguma, posso estar a dar a sensação ao leitor que esse sítio não era conhecido até então, daí o "inédito". Mas isso do "inédito" ou "não inédito" é uma questão menor. Trata-se apenas de uma opinião, sujeita à crítica ou aprovação de terceiros, mas julgo que é um assunto, assim como muitos outros, que merece ser discutido e, de modo algum afasto a possibilidade da minha perspectiva estar completamente errada. Como determinar aquilo que é importante e irrelevante? Será que é possível? Quais os ris-cos e vantagens? Devemos, ou não, referenciar sempre a informação antiga, seja ela relevante ou não? Não implicará a perda definitiva (ou por um longo espaço de tempo) dessa informação pois, geralmente, aquilo que fica e se vê é o que se publica? Sei que este assunto não se esgota nestas questões e que, cada questão e possível res-posta acarreta um novo problema, pois falamos de processos encadeados e não isolados, onde as condicionantes levantam sempre novos obstáculos e desafios.

13 de maio de 2005

O ArchNet

Hoje lembrei-me do velhinho ArchNet e resolvi visitá-lo. A primeira vez que o visitei foi lá para os idos de 1997, numa altura fulgurante e decisiva de aquisição de computadores para as escolas, cujo acesso à internet era, e é, disponibilizado pela recém criada FCCN. A páginas tantas, já não me lembro bem da altura, andava eu a vasculhar o projecto DMOZ - Open Directory Project, quando vim a saber que se estava a entregar o ArchNet a quem desejasse manter o projecto. Imediatamente contactei o responsável de então, oferecendo-me para tal. Achei que era algo de importante, até que ao fim de uns dias recebi um mail muito simpático a anunciar que já tinha sido escolhido o "seguidor", neste caso o Archaeological Research Institute da Universidade Estatal do Arizona. Aí compreendi que nunca teria tido possibilidade de tomar conta do ArchNet. Aguardei, continuando a visitar o site, que cada vez mais estava mais lento e desactualizado, até que desisti. Hoje foi um dia feliz ao vê-lo de cara lavada, embora não goste do seu aspecto geral, e com conteúdos actuais. Podem visitar o ArchNet aqui...

5 de maio de 2005

A hipertricose dos Gonzáles

Foi através do Portal do Médico, do Concelho Federal de Medicina brasileiro, que tomei conhecimento deste tipo de doença. Trata-se de uma doença endócrina que se pode manifestar pelo crescimento exponêncial de pelo por todo o corpo, ou em áreas localizadas. É um problema causado pelo funcionamento das glândulas sexuais, assim como podem existir relações directas com o córtex das cápsulas suprarenais e com a hipófise. Foi uma hipertricose (síndroma de Ambras) do primeiro tipo que afectou Pedro Gonzales, nascido em Tenerife pelo ano de 1556. Apesar de ter sido oferecido a Henrique II como bicho de estimação, este monarca fez dele um dos seus mais importantes embaixadores. A descendência de Gonzáles sofreu do mesmo problema. A observação dos seus retratos fez-me lembrar a típica respresentação de lobisomens, algo que me fez reflectir acerca da natureza dessas histórias fantásticas. Se no século XVI existiu um senhor Gonzáles, cuja prole padeceu do mesmo mal, poderemos admitir que também no passado existiram pessoas com o mesmo problema. Não poderão estar na origem dessas lendas pessoas que sofriam desse mal? FONTE: http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap9.htm FONTE: http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap9.htm O texto completo pode ser lido aqui. Aos interessado por estas coisas, existem mais aqui.

Corn Snakes

Bizarro, sem dúvida. Um miudo inglês descobriu, numa destas manhãs, uma serpente (não venenosa) numa caixa dos seus cereais preferidos. Estou a ver que não é só na arquelogia que lidamos com o inesperado, pois nos dias que correm, não me espantará que de uma lata de sardinhas em conserva saia um tubarão vivo. Mais vale ter um arminho por casa, assim à mão de semear... A notícia pode ler-se aqui. FONTE: http://www.museum.vic.gov.au/bioinformatics/snake/ Photo by and © Peter Robertson

4 de maio de 2005

A Múmia mais "bonita do Egipto"

Foi a 60 quilómetros a sudoeste do Cairo, na zona monumental de Sakkara, que arqueólogos locais encontraram uma bela múmia, datada da última dinastia faraónica (378-341 a.C.). E como pode uma múmia ser bela? Vejam só: a enfeitá-la tinha "uma máscara de ouro e um conjunto de imagens pintadas que representam os deuses Jeber, Horus, Maet, Anúbis e Osíris" (Fonte: TSF) A notícia completa está aqui. Ligações com coisas relacionadas, ou mais ou menos...

FONTE: http://www.starnews2001.org/egypt/arte_egipcia.html

27 de abril de 2005

Bases de Dados VI

Na sequência do "post" anterior reflecti sobre os temas colocados pelo João Paulo Pereira. Dada a sua extensão decidi seguir o mesmo sistema que tenho utilizado para o Prospector. Aquilo que escrevi é apenas uma pequena parte de concepções que tenho idealizado para um Sistema de Gestão de Dados. Espero que sirva para alguma coisa. O texto está aqui.

Bases de Dados V... Endovélico

Em boa hora recebi a lista de mensagens do Archport, principalmente aquela colocada pelo estimado João Paulo Pereira, onde verifiquei que, finalmente, alguém está está com intensões de ajudar a "dar rendimento" à sua base de dados (veja-se aqui). Todas as medidas apontadas, no meu entender, são excelentes, mas gostaria de deixar uma sugestão. Não imagino quais os encargos de tal tarefa, mas não seria útil a criação de um pequeno aplicativo, onde constassem os campos essenciais do Endovélico, para uma mais fácil transferência de dados entre o arqueólogo e o IPA? Não seria subir um nível na automatização da informação? Deixo aqui a ideia, que pessoalmente julgo interessante. Bom (e entusiasmante) trabalho!! 28/04/2005 NOTA: por engano deduzi que o João Paulo Pereira estava de algum modo envolvido profissionalmente com o projecto do Endovelico do IPA. As minhas desculpas pelo equívoco. Por esse motivo alterei ligeiramente o texto, por ser incorrecta a informação do anterior. Fica aqui a ressalva.

19 de abril de 2005

Teses on-line

No seguimento do "post" anterior, elevamos o nível de conhecimento para os trabalhos académicos universitários. Assim temos dois exemplos, um português e outro espanhol. O Depósito de Dissertações e Teses Digitais, da Biblioteca Nacional, e o Tesis Doctorales en Red, resultante do convénio La Universitat Digital a Catalunya 1999-2003.

15 de abril de 2005

El Rincón del Vago

Num espírito de partilha exemplar, este sítio reúne um conjunto de apontamentos de alunos que frequentam os mais variados cursos. Seria de espantar se fosse um sítio português, pois nem sequer uma máquina como é o portal Sapo (veja-se aqui ou aqui) consegue tal proesa. Falo dos apontamentos de El Rincón del Vago. Pode ser que ajude alguém :)

12 de abril de 2005

Bases de Dados IV

Por motivos práticos, os "post's" anteriores, sobre Bases de Dados, e os seguintes serão colocados no site Prospector. Do mesmo modo o inquérito continuará também nesse sítio. Apesar de ainda não estar concluído, espero ter pronta a parte da base de dados pronta até final da semana... espero, porque o tempo não é muito :). No último ficheiro Pdf coloquei um endereço de email que não é meu, por isso peço a todos aqueles que desejem enviar comentários que o façam aqui no Caco ou através do email: morganzine@hotmail.com. É fundamental conhecer a vossa experiência com a base de dados, pois só desse modo pode ser melhorada. Obrigado a todos! :)

8 de abril de 2005

Bases de Dados III

Apesar da votação no inquérito ter estagnado, talvez por enquanto, lanço mais um "post" relativo às bases de dados. Por necessidades de ilustração das descrições, decidi fazê-lo através de ficheiros Pdf. Este aqui é o novo. Comente e diga de sua justiça :)

6 de abril de 2005

Bases de Dados II

No comentário do post anterior a este (sobre bases de dados) prometi à Manuela explicar como alterar as propriedades de um campo numa base de dados do Access. Aqui fica a explicação, com ajuda visual, neste ficheiro pdf (200 kb). Provavelmente o download será lento, pois penso que os servidores do sapo não estão vocacionados para essa tarefa... fica a boca para o Sapo. Para verem o ficheiro, talvez tenham que carregar no botão direito do rato e escolher "Guardar destino como...", gravando desse modo o ficheiro no vosso computador. Caso contrário pode surgir um erro no Acrobat Reader... grrrrr Relativamente ao inquérito, as votações estão a superar as minhas expectativas. Aqui fica o balança: 10 votos para o Microsoft Access (77%), Filemaker Pro 1 voto (8%) e Outros 2 votos (15%). Já agora, poderiam colocar nos comentário que outros são esses? Fiquei curioso... Nos próximos "post's" vou começar a descrever o processo de desenvolvimento do Prospector, exemplificando, desse modo, uma das inúmeras maneiras para se construír uma base de dados em Access.

Hoje em Roma...

Surpresa ou não, nos últimos dias temos visto uma multidão de seres humanos concentrados em Roma com o fim de prestar homenagem a João Paulo II; até hoje de manhã, 600.000 pessoas, segundo a TSF. Que ditador, político ou líder de qualquer espécie conseguiu mover tamanha multidão? Será motivo de reflexão para muitos... para outros nem por isso... para mim é, pois tal facto significa algo. Faz-me pensar que um sorriso é mais poderoso que uma qualquer seriedade, e que a bondade vale mais que qualquer lei ou decreto. Quantos estão hoje em Roma?

5 de abril de 2005

Solar das Arcas

Localizado no centro da Aldeia das Arcas, freguesia do concelho de Macedo de Cavaleiros recheada de história e rodeada por uma paisagem peculiar, encontra-se o Solar das Arcas de estilo joanino da Família Pessanha. A Quinta, o vinho e o lagar que este possui são apenas alguns dos seus componentes. Mais à frente apresentarei alguns resultados da minha investigação sobre o solar, a quinta e toda a história do seu vinho associado ao vinho do Douro!

Centralização

Durante a procura bibliográfica para a realização de um trabalho sobre o Solar das Arcas (Trás-os-Montes / Concelho de Macedo de Cavaleiros) verifiquei que a principal bibliografia se encontra apenas na Biblioteca Nacional em Lisboa! Será que não se justificaria a presença destes livros [AGUIAR, António Augusto – “Conferências sobre vinhos”. Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1876; S. ROMÃO, Visconde de Vilarinho de – “Viticultura e Vinicultura, Trás-os-Montes – Alto Douro Central”, Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria (Direcção Geral de Arquitectura). Lisboa: Imprensa Nacional, 1896.] na Biblioteca Municipal do Porto ou mesmo na Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros, já que alguns dos assuntos que abordam se referem à zona Norte!? (Evitava pelo menos a minha viagem a Lisboa para os consultar!)

31 de março de 2005

Bases de Dados I

Uma das áreas em que me tenho empenhado diz respeito ao tratamento de dados na área das humanidades, nomeadamente na Arqueologia. Sem ter qualquer formação específica nessa área, fui investigando a aprendendo conceitos respeitantes à estruturação de bases de dados simples e relacionais, tendo sempre em conta que essa estrutura se deve moldar aos dados e não os dados à estrutura. Assim procuro um modelo, cujo ensaio já apresentei num "post" anterior que, além de racionalizar a informação, seja suficientemente flexível às necessidades dos utilizadores. Evidentemente que não podemos esperar uma aplicação completamente "maleável" pois, para que funcione, tem que existir uma espinha dorsal que, por si só, é inflexível. No que respeita ao Prospector, aquele modelo que atrás falei, só ainda não está pronto porque esta é uma actividade lúdica, e o tempo não tem sobrado. No entanto, julgo que posso partilhar algumas coisas que aprendi, contribuíndo para a aplicação informática na ciência arqueológica. Mas para isso gostava de perceber melhor qual o tipo de software que se vem utilizando por estas terras. Assim, se julgarem pertinente, colaborem vontando no inquérito que se segue... assim poderei orientar as minhas sugestões de uma forma mais eficaz. Obrigado, desde já...

O que ando a reflectir...

Este "post" refere-se a um conjunto de perguntas que tenho a colocar sobre os Gabinetes de Arqueologia, mas para as quais ainda não consegui uma resposta satisfatória. Que tipo de integração, numa estrutura camarária, deve ter um Gabinete de Arqueologia. Deve integrar-se na área cultural ou de planeamento? No caso de não dever integrar-se especificamente em nenhuma destas áreas, que tipo de relação deve mantêr com ambas? Terá vantagem a sua integração numa estrutura museológica existente? Ou deverá mantêr-se no mesmo nível que o museu, mantendo uma relação estreita. A filosofia primordial de um Gabinete de Arqueologia deverá ser a prevenção ou a investigação? Será que através da investigação se consegue a prevenção? Ou pela prevenção se chega à investigação? Neste momento, afigura-se-me que todas as respostas possíveis são válidas, situando-me na encruzilhada... que caminho escolher? Não seria altura de se organizar um evento de reflexão acerca das diversas experiências já existentes?

29 de março de 2005

1º Encontro de Arqueologia Transmontana

Nos dias 18 e 19 de Março realizou-se na cidade de Mirandela um conjunto de conferências sobre os espaços arqueológicos em Trás-os-Montes. Foi um evento a meu ver muito importante para dar a conhecer o que se faz de arqueologia por esta zona! Neste falou-se das várias investigações e projectos que se realizaram e outros que se estão a desenvolver nos distritos de Bragança e Vila Real. Espero que mais eventos deste género se repitam!

28 de março de 2005

Fedor M. Dostoïevski

Na semana passada tive o prazer de ler um pequeno livro de Fedor M. Dostoïevski: A Submissa! Em poucas páginas Dostoïevski descreve uma relação intensa e no mínimo estranha entre um homem e uma mulher! Parece-me uma boa sugestão para um fim de tarde!

24 de março de 2005

O w.bloggar e os "post's" sem recurso ao interface do Blogger

Continuo na senda da descoberta do mundo bloguístico. Desta vez trata-se de um aplicativo freeware, que se instala no nosso computador e a partir do qual podemos de forma automática actualizar o nosso blog com um post novo, evitando o uso do browser de internet para o fazer. A configuração é muito simples. Depois da instalação, inicia-se um "guia" que nos solicita duas ou três informações acerca do nosso blog, ficando imediatamente disponível para uso. Permite configurações de letra, inserção de imagens e links, além de se poder editar post's anteriores. Outra utilidades é a possibilidade de alterar a estrutura física do bolg. E cá está o resultado, pois este foi colocado do o w.bloggar v4.00. Os interessados podem fazer o download a partir daqui.

Quem é vivo! Sempre chega a escrever!

Olá a todos os caquistas! Certamente repararam que neste blog também me (Calaico) foi amavelmente endereçado o convite de poder contribuir neste bolg com algumas ideias... Daí que queria antes de mais agradecer publicamente o referido convite! Porém queria também pedir desculpas por ainda não ter colocado nenhum post, mas... Os dias parecem curtos com tanto que fazer! Espero organizar melhor os meus próximos dias de modo a poder partilhar convosco algumas ideias! De qualquer modo ficam (escritas apressadamente) estas palavras e um sincero agradecimento a todos aqueles que veem na internet um meio de exposição de ideias e de discussão de temáticas como um modo dar novos mundos ao mundo e abrir novas portas a esta ciência (arqueologia). Um bem haja! Calaico

22 de março de 2005

O Novo Caco

Bem, como hoje não tinha nada que fazer, dediquei-me à personalização do "O Caco". O aspecto anterior até era agradável, mas não tinha o cunho pessoal... este, agora, até pode ser menos rico em termos gráficos, mas é o fruto do suor de um dia de trabalho em que aprendi a compreender as "tag's" do Blogger e inseri-las num código html. Foi uma experiência enriquecedora. Agora falta melhorar o grafismo, e ver se existem alguns erros de configuração, mas hoje já me doem os olhos de tantas horas passadas no computador. Espero que gostem.

20 de março de 2005

Revista Portuguesa de Arqueologia

Foi com imensa tristeza que verifiquei que a Revista Portuguesa de Arqueologia, no sítio do IPA, deixou de estar disponível em formato Pdf. Agora o que nos apresentam é um texto, sem formatação, atabalhoadamente disperso numa página em formato Html. Certamente serão os frutos da crise, que por sinal é só para alguns (vejam-se os lucros fabulosos das principais empresas nacionais). Mas de qualquer modo existem soluções baratas, mesmo gratuitas, para se publicar um ficheiro em formato Pdf. Por isso, sugiro um aplicativo, cuja licença é GNU General Public License, gerador de Pdf's a partir de ficheiros do Word, e outros aplicativos, através do envio de um trabalho de impressão para a impressora virtual, por ele criada. O seu nome é PDFCreator e além de gerar os pdf's permite estabelecer medidas de segurança como a supressão da possibilidade de cópia e impressão do texto e imagens, assim como haver a possibilidade de apenas permitir visualização do ficheiro mediante a inserção de uma Password. Além disso, tem a vantagem de ser completamente gratuito. Carregue aqui para fazer o download. Ora, certamente que os autores dos textos os entregam num ficheiro do Word, ou de qualquer outro processador de texto. A solução passaria pelo desenvolvimento de um modelo, a partir do qual se estabelecia a estrutura do artigo. A paginação nem necessitaria de coincidir com a original, pois as citações indicariam que foi consultado o artigo em versão electrónica. No entanto ainda vamos tendo os artigos, mesmo em Html atabalhoado, como alternativa aos 40€ que custa o último volume da Revista, que convínhamos é algo fora do alcance da minha bolsa e da de muitos. Tudo bem que se tratam de grandes volumes, mas comparando o seu preço com o de números anteriores, a diferença salta à vista. Qual é o critério para o estabelecimento dos preços? Sei que dificilmente esta solução terá eco, ou ouvidos que a ouçam, mas ao menos fico de bem com a minha consciência, mas triste… Será que devo enviar um email ao Presidente do IPA?!?!?!?

12 de março de 2005

Sugestão para o fim-de-semana

Tive a oportunidade de ver o filme do álbum "The Wall" dos Pink Floyd, seguramente uma das melhores produções musicais e cinematográficas de sempre, e uma autêntica tese acerca da psicologia social, com a duração de 1 hora e 35 minutos. Para quem quiser pensar e reflectir sobre estas questões fica esta sugestão. Se ontem o apelo era para que fosse um dia de paz, o apelo de hoje é que os dias que nos esperam também o sejam.

10 de março de 2005

"High-Tech" e "Low-Tech"

Antes de mais peço desculpa pelos estrangeirismos. É que assim fica mais bonito! O Marcos Osório, no post “405. Upgrade da raça do salteador arqueológico” do seu Arqueoblogo, refere o rejuvenescer da actividade “salteadora” dos sítios arqueológicos, agora com recurso à mais alta tecnologia no que diz respeito à sua detecção e dos seus artefactos. Desde essa altura que rumina no meu pensamento esta questão. Apesar de estar regulamentado, será legítimo a um arqueólogo recorrer a este tipo de aparelho nas suas prospecções? E no caso de o ser, qual é a atitude de um arqueólogo quando detecta algo… abre um buraco para ver o que é? Localiza todos os sítios “sensíveis” e a partir daí inicia a escavação? Sinceramente são dúvidas que me assaltam. Se tal aparelho está associado ao salteador, ao usá-lo, mesmo bem intencionado, não estará o arqueólogo a tornar-se num deles? Existem arqueólogos que o usam? São questões para as quais não tenho resposta… apenas sei que nunca usaria tal aparelho! Outra questão de “High-Tech” ou “Low-Tech” é o uso dos recursos informáticos para fazer “terrorismo” electrónico sobre aqueles que o usam como um recurso sério de divulgação e informação. Foi por essa razão que o fórum do IPA fechou, pois foi tal a ruindade que ali se instalou que se tornava impossível a um organismo público mantê-lo. É que sob a máscara de um “apelido”, existem pessoas que se permitem fazer comentários que nem ao diabo lembra… veja-se o que aconteceu no Idanhense, onde o seu dono, ao denunciar (uma irregularidade) um conjunto de situações que lhe foram sensíveis, foi assaltado por uma vaga de comentários no mínimo vergonhosos, tornando-o, quase, no primeiro "lapidado electrónico" da história. Infelizmente cheguei à conclusão que existe gente que vive muito mal com a sua própria vida e vem descarregar as suas frustrações nos outros. Definitivamente o “High-Tech” não é para todos, devendo aqueles que o não sabem usar ficar-se pelo “Low-Tech”.

5 de março de 2005

O Henrique

Bem, mais um amigo para escrever neste espaço. Espero que o Henrique enriqueça este blog com as suas ideias e pensamentos. Bem-vindo Henrique.

Agradecimento

Boas Tardes!! Desde ja agradeço ao meu amigo Alexandre o convite que me fez para participar neste forum! Um grande abraço

3 de março de 2005

Já agora...

Estou a fazer um trabalho sobre tecnologia medieval, nomeadamente sobre a tecnologia aplicada à feitura de armamento na Idade Média. No entanto, talvez por falta de experiência nestas andanças, tenho tido alguma dificuldade em encontrar bibliografia respeitante às técnicas mineiras e metalúrgicas dessa época. Alguém me pode dar uma luz?? Agradecia do fundo do coração... Podem deixar nos comentários ou enviar-me um email para mim.

!!??Gabinete de Apoio aos Gabinetes!!??

Peço desculpa, mas tenho que colocar isto no Caco... e não tenho mais palavras, restando-me apenas ficar embasbacado a olhar para o monitor...

2 de março de 2005

Historia (as) e a Perspectiva Eurocêntrica

Ao efectuar um estudo sobre o papel histórico da Ásia e da Europa na formação de um sistema económico mundial entre os séculos XVI e XVIII, deparei-me com uma problemática pertinente, que apesar de ser talvez já de “senso comum” e mesmo frequentemente analisada achei interessante partilhar, “Historia” ou “Historias”. E ainda a forte ligação da Historia com o cariz Eurocêntrico dos Historiadores e Investigadores. Debrucei-me então sobre algumas das mais importantes obras relacionadas com esta questão, e após alguma leitura constatei que desde Karl Marx e Max Weber, a Fernand Braudel a investigadores como Immanuel Wallerstein o Sistema Económico Mundial, surgimento e sua dinâmica é perspectivada de uma forma Eurocêntrica, na qual a Europa é sempre excepcional e a única “capaz” de provocar tais importantes acontecimentos, como o surgimento da Economia-Mundo. A nítida segmentação da complexa realidade económica mundial é flagrante na abordagem destes investigadores! Tentam desfragmentar ao máximo todos os pormenores que envolvem o sistema económico mundial, na tentativa de facilitar a sua análise, mas no entanto, o que acontece é que o simplificam e esquematizam. Mas à sobrevalorização da Europa, em autores como Andre Gunder Frank, contrapõe-se uma sobrevalorização do mundo Asiático, demonstrando o total “desprezo” pelo cariz eurocêntrico das teorias comummente aceites sobre a realidade económica do sistema mundial. Delineavam-se assim, ao longo da minha leitura dos referidos autores, várias “verdades”/perspectivas (“historias”) sobre a suposta “realidade” (“historia”) que devia analisar. Surgia então a questão: mas afinal o que aconteceu?! Tratava-se claramente de um tema que devia ser abordado de forma diversa, já que não me era exequível efectuar uma estudo concreto e objectivo de todo o processo do sistema económico Asiático e Europeu. Não me era possível, portanto, falar do assunto de forma única! O que responder?! Como me apareciam várias “realidades” sobre uma única “realidade”, tentei transmitir de certa forma as várias perspectivas sobre o objecto em estudo, expondo algumas contidas opiniões próprias! Mas será que com isto respondi à pergunta (“o papel histórico da Ásia e da Europa na formação de um sistema económico mundial entre os séculos XVI e XVIII”)?!?

21 de fevereiro de 2005

Fantasporto

Começa hoje o tão aguardado FANTASPORTO – Festival Internacional de Cinema do Porto – que comemora o seu 25.º Aniversário. Com uma vasta escolha de filmes de excelente qualidade que se recomendam a qualquer apreciador de bom cinema. Mas não é só o cinema fantástico que preenche o seu cartaz, é de destacar a Semana dos Realizadores, que recomendo vivamente! Entre as variadíssimas ofertas realçam-se as muito esperadas antestreias de “Constantine” e “Sideways”. Espreitem só o programa do festival! E Bom Cinema!

Descodificar Edzná

Recebi o amável convite para participar neste interessante blog, ao qual logo disse que sim. Quero sem duvida agradecer a oportunidade que Morgan me deu para aqui poder partilhar algumas das minhas ideias! Espero que sejam muitas e sempre que possível pertinentes! A título de curiosidade, Edzná é uma cidade da América Pré-Colombiana, localiza-se perto de Campeche. Edzná é um vocábulo de origem Maia.

Só uma questão

Tenho receio que os meus "posts" sejam demasiado longos. São?

Ao ler Carlos A. Ferreira de Almeida...

É verdade, foi ao ler um escrito de Carlos A. Ferreira de Almeida, acerca da castelologia medieval, que se me fez luz acerca de um assunto pelo qual pensava já ter uma convicção bem definida e inabalável. Essa questão prende-se com o carácter generalista, ou não, das licenciaturas em arqueologia. Na verdade era, até à altura em que li esse escrito, um acérrimo defensor da especialização das licenciaturas em arqueologia em áreas de conhecimento ou em períodos. A ideia que me sustentava tal convicção era a amplitude de conhecimentos que o estudo, por exemplo, da pré-história ou da arqueologia clássica exige. Então não seria mais correcto a partir do meio da licenciatura o aluno escolher um ramo de especialização? Agora cheguei à conclusão que não, porque desse modo o aluno nunca disporia de um conhecimento de base acerca das temáticas arqueológicas, nem, muito menos, teria um conhecimento imediato das metodologias de abordagem aos diferentes períodos ou “assuntos” arqueológicos. No final, o seu curso de licenciatura seria incompleto e redutor, visto que as escolhas para uma eventual especialização não poderiam ser clarividentes, por ausência dessa base acerca da diversidade arqueológica. Na verdade, o carácter generalista da licenciatura afigura-se-me como sendo uma opção sábiamente cautelosa, e os directores dos cursos que não caíram na tentação de as especializar sabiam o que estava em jogo (penso que não existe nenhum caso em Portugal). Uma eventual especialização deveria, sim, figurar num mestrado ou doutoramento, altura em que será de prever que o arqueólogo possua já uma ideia do conjunto arqueológico mais bem definida pela experiência teórica e de campo. No entanto, como todos sabemos, os departamentos de arqueologia das universidades, deparam-se com todo o género de dificuldades, sejam elas relativas ao pessoal docente, sejam relativas a questões financeiras, daí que a criação de mestrados orientados para determinadas especialidades (teoria arqueológica, informática, arqueologia de campo, arqueometria, arqueologia experimental, entre muitas possibilidades), são praticamente impossíveis de conseguir. Mesmo assim, assalta-me outra dúvida. Será mesmo necessário este tipo de compartimentação do saber arqueológico? Só me ocorre uma situação em que se poderia tirar vantagens de uma situação como esta, de especialização. Seria se houvesse o hábito e, fundamentalmente, a possibilidade de um projecto de investigação arqueológica poder contar com múltiplos investigadores que se dedicariam à condução de estudos dentro das suas áreas de especialização. Apenas nestas circunstâncias se justificaria a estruturação do ensino pós-graduado em áreas de especialização, pois na situação em que vivemos, onde os parcos recursos mal chegam para a realização do trabalho de campo, não se tiraria o proveito rentável de tal situação. Mais uma vez, a pretensão de especializar volta a cair por terra. Lembro-me agora, também, da questão em que alunos que, com todo o mérito e louvável esforço, acabam as suas licenciaturas e transitam, normalmente por convite das faculdades, para um doutoramento. Será pedagógica tal situação, por mais mérito que tenha o aluno? Não se deveria antes, e como prémio pelo seu esforço, proporcionar todas as condições para que tal aluno possa potenciar as suas capacidades antes de se aventurar num doutoramento? Em vez das faculdades o convidarem para um doutoramento, ou mestrado, por que não arranjar um estágio nas mais prestigiadas universidades da Europa, onde se ensine arqueologia. Não seria esse o caminho que um excelente aluno deveria percorrer antes de se aventurar num doutoramento? De todos aqueles que o fizeram, quantas expectativas se goraram, ou se perderam talentos? Não é que tenha o quer que seja contra tal situação, apenas me questiono acerca dela. São estas as dúvidas de alguém que ainda está a descobrir e a aprender a arqueologia, coisas que me ocorreram a ler um texto onde, apesar de ser uma consciência presente, mas não deste modo estruturada, se contactava que “talvez em mais de metade dos casos, os castelos medievais nos aparecem em montes onde preexistiram esses velhos povoados (...)” onde o autor se refere à “perduração dos antigos castros, entretanto romanizados, ao longo da nossa Idade Média.” (Almeida, C.A.F., 1989, p. 38), demonstrando desse modo um exemplo de como um sítio arqueológico pode ser feito de vários "sítios", não tendo o arqueólogo legitimidade para desprezar qualquer um deles. Já agora a referência bibliográfica completa:
- Almeida, Carlos Alberto Ferreira de, “Castelos e Cercas Medievais: séculos X a XIII”, in História das Fortificações Portuguesas no Mundo, dir. Rafael Calado, Lisboa, Alfa, 1989, pp. 38-54 (Portugal no Mundo, dir. Luís de Albuquerque).

19 de fevereiro de 2005

Acerca de Livros

Este é um assunto que me tem levado a reflectir, desolado, naquilo que os arqueólogos nacionais têm editorialmente a oferecer, não só à comunidade científica, como à "famosa" sociedade civil. Pode dizer-se que, em Portugal, não existe um mercado muito grande, sendo que, desse modo, a procura não iría cobrir o investimento(!?!?). Talvez seja verdade, no entanto não serve de desculpa, pois a tecnologia, actualmente, oferece soluções bastante baratas se comparadas com a tradicional publicação em papel.
Mas julgo que o problema é ainda mais profundo que uma eventual falta de mercado ou a ausência de fundos para uma publicação. É facto que, talvez por ainda ser um estudante de arqueologia, ainda tenho muito para lêr e, ainda, nem sequer tenha posto os olhos no melhor que se produz em Portugal, seja por perguissa ou ignorância. Mas, felizmente, ainda vou verificando excepções a esta lacuna, através do enpenhamento de professores universitários, investigadores independentes e de organismos oficiais, assim como de empresas de arqueologia.
No entanto, olho para o lado, em Espanha, e verifico um investimento considerável na elaboração de obras monográfica acerca de assuntos caros à arqueologia. Como exemplo indico, aqueles a que já tive acesso, o "Nociones de Tecnologia y Tipologia en Prehistoria" e o "Manual de Arte Prehistorico" ambos da Editorial Ariel (devo também referir a Ed. Crítica). Os autores de ambas as obras reuniram toda a informação relevante acerca desses assuntos, de modo a proporcionar aos estudantes universitários uma ideia de conjunto actualizada e como um ponto de partida para o estudo mais aprofundado. Mas não se tratam de pequenos livros, posso dizer que, por exemplo, o "Manual de Arte Prehistorico" tem 527 páginas recheadas de texto e ilustrações de elevado interesse para uma primeira abordagem e essa matérias e, também, funcionando como um "arrumar da casa", algo que já vem fazendo falta em Portugal - o estabelecimento claro de pontos de vista no que respeita às concepções e noções teóricas e de investigação. Além de poderem ser comprados através do site da Editoral Ariel, também podem ser comprados on-line na Livraria Leitura, com portes grátis até 15 de Março.
Para quando um trabalho deste género em Portugal, pois para conseguirmos ter uma ideia de conjunto, sobre o quer que seja, temos que procurar em 1001 revistas e publicações dispersas.
Quanto à questão dos custos de publicação... não sei! Porque é que os departamento de arqueologia das universidades não apostam neste tipo de publicações, em vez de terem revistas de carácter geral (o ideal seria existirem as duas)? Não seria esta uma forma de afirmação e revelação de valor de uma Faculdade ou Universidade? Porque é que o IPA também não investe neste tipo de publicação? Será que não existe uma editora qualquer que se interesse por este tipo de matérias? As Associações de Arqueologia, porque não?
Enquanto a Arqueologia se fechar no casúlo, nunca iremos conseguir nada... esta é a verdade... mostrem-se com o vosso trabalho e, mais importante que isso, não tenham medo do povo que, de todos, é aquele que mais nos estima e ajuda.

12 de fevereiro de 2005

Edzná

Edzná é a nova colaboradora d' O Caco! Fiquei agradado com a disponibilidade que demonstrou para participar neste espaço, pois as suas opinões e ideias são demasiado pretinentes e interessantes para se perderem. Bem-vinda!

Fotografia

Para quem está interessado em fotografia aqui vai uma sugestão curiosa. Uma conjugação de belíssimas paisagens com muitos promenores fascinantes, as fotografias são da autoria de Steven Pinker.

Uffa

Finalmente voltei... são os exames! E como proveitoso foi o estudo. Ainda estou a amadurecer o "post" que se segue. O tema surgiu-me enquanto estudava Arqueologia Medieval, ao ler um texto de Carlos Alberto Ferreira de Almeida acerca da castelologia portuguesa dos séculos X ao XIII. Andava cego, mas parece que se me abriram os olhos... mas isso fica para o próximo "post" porque, para relaxar, depois de ver o "Inimigo Público TV" vou ver o "Ninja das Caldas", obra-prima do cinema português.

4 de fevereiro de 2005

Prospector

Na continuação do “post” anterior, vou fazer um ponto da situação relativamente ao Prospector. O ponto-chave do sistema é o sítio arqueológico. Ou seja, é a partir do número de inventário atribuído ao sítio que toda a informação se vai organizar e relacionar. Este campo é alfanumérico e de inserção livre, mas tem que ser preenchido obrigatoriamente. Posso, por exemplo inserir o seguinte número de inventário: “MAM – 002/1999”, correspondente a Mamoa da Azenha do Meio n.º 02, descoberta em 1999. Ou seja, o número de inventário pode e deve ser colocado segundo a organização do utilizador, que arranjará uma fórmula para tal. O mesmo acontecerá com todos os campos deste género, permitindo assim uma personalização do inventário. Esta parte, aquela respeitante aos sítios arqueológicos já assume alguma consistência, sobrando apenas pequenos problemas de arquitectura do sistema e de interface. No entanto, o problema começa com a escassez de informações relativamente às fichas de materiais, principalmente. Pretende-se englobar o registo independente dos materiais, mas relacionados com a estação a que pertencem, no entanto, existe uma grande variedade de tipos de materiais saídos de uma escavação arqueológica: cerâmicas, vidros, metais, pedra (líticos), osteológicos, entre outros. As contribuições e ajudas poderiam ser feitas do seguinte modo:
  1. Envio dos campos, considerados indispensáveis para o inventário de estações arqueológicas e do espólio delas resultantes, para o email: morganzine@hotmail.com
  2. Testar a versão disponível em http://prospector.no.sapo.pt/ e enviar, para o mesmo email, sugestões que julguem pertinentes. Para poder testar o Prospector necessitar ter o Ms Access XP instalado.

Se fosse conseguida a consolidação destas duas categorias (Estação Arqueológica e Espólio) estaríamos em condições de afirmar que o mais difícil estava feito.

3 de fevereiro de 2005

Informatiquices

Tenho-me, nos últimos tempos e nas horas vagas, dedicado à aplicação de Sistemas de Gestão e Informação em Arqueologia. Não, não se trata de SIG, geo-referenciação, nem nada de semelhante. E porque não? Bem, uma das coisas que me dá prazer, pois felizmente existem outras que me dão mais, é aprender como as coisas funcionam, desde os pés às pontas dos cabelos. Se o meu interesse passa-se logo para SIG ou geo-referenciação estaria a começar ao menos pelo pescoço. A geo-referenciação, no meu entender, é já a parte final ou o resultado visível da implementação de um Sistema de Gestão e Informação em Arqueologia. Como atrás disse ando às voltas como um modesto e caseiro projecto para a “construção” de um desses sistemas ao qual dei o nome de Prospector, e vai já na numa segunda versão, pois a primeira começou mal de raiz. O resultado final será uma aplicação gratuita que, segundo espero, possa servir a comunidade arqueológica, senão mais, como uma base de trabalho onde consta um conjunto mínimo de campos que julgo imprescindíveis para um bom registo informático. Na altura em que ainda existia o Fórum do IPA, utilizado de forma vergonhosa como arma de ataque e enxovalhamento, coloquei lá um apelo que agora volto a fazer. Na altura pedia a colaboração neste modesto e caseiro projecto com o envio de fichas de registo arqueológico, com a finalidade de fazer um levantamento das necessidades e poder prevê-las no Prospector. O resultado deixou-me triste. Apenas uma pessoa me respondeu, a Jacinta Bugalhão ao enviar-me o texto publicado na Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 5, n.º 1, de seu nome “Endovélico - Sistema de Gestão e Informação Arqueológica”. Além da Jacinta, apenas alguns amigos me enviaram aquilo que tinham, sendo no caso o João Machado e a Elisabete Robalo. Isto fez-me pensar, e como pensei eu! Cheguei à conclusão que, “ou ninguém leu o pedido, ou todos leram mas apenas uma pessoa deu importância e valor, ou apenas uma pessoa deu importância e valor e os restantes ficaram desconfiados. Mas, desconfiados de quê? São apenas fichas!! Não estou a pedir o resultado das investigações, só fichas em branco, onde constam os campos que cada um necessita”. E o porquê desta necessidade? Bem, a questão é que o Prospector, ao contrário da maior parte das bases de dados caseiras, funciona no modo relacional, onde tudo é inventariável. Por exemplo, no registo de uma estação arqueológica, ao referenciar a cartografia, abre-se um módulo para o inventário da mesma e onde posso colocar toda a informação respeitante a determinada carta - seja ela topográfica, hidrográfica, etc. - desde a escala, ano de publicação, editor, estado de conservação e todas as demais informações que se considerarem úteis. Outro exemplo que posso dar é o da toponímia, onde além de poder indicar todos os topónimos respeitantes à estação arqueológica, posso caracterizar cada um deles, segundo a sua origem, descrever informação ligada ao topónimo (desde lendas, associação a outras estações arqueológicas, entre outros). Ou seja, o sistema que estou a conceber permitirá reunir quase todo o tipo de informação que se possa imaginar tendo sempre em conta que cada registo pode conter milhares de registos. Por exemplo, e recorrendo novamente à cartografia, uma carta pode ter mais que uma data de publicação e editores diferentes, dependendo dos anos e da reformulação do serviços de produção (exemplo: antes existia o Serviço Cartográfico do Exército - SCE, que agora se chama Instituto Geográfico do Exército – IGEOE), portanto, tenho que ter em conta que para cada registo de uma carta tenho que prever múltiplos registos. Do mesmo modo, tenho que contar que cada estação arqueológica terá forçosamente múltiplas cartas de diversas naturezas. Será que me fiz entender?? Depois surge outro problema. Para que o Sistema funcione, tenho forçosamente que o organizar por categorias de modo a permitir pesquisas e consultas de dados mais exactas. Aqui surge o problema da normalização. Qual a noção de pequeno, médio e grande? Qual é a noção de alto e baixo? Como posso determinar um sítio se ele não é determinável por falta de informação? Bom, o apelo fica aqui novamente. Alguém?

1 de fevereiro de 2005

Sinais

Estava no meu local de trabalho quando, subitamente, a energia eléctrica se esvanece das tomadas. O alarme dispara e, não sei porque razão, mesmo marcando os códigos para o desactivar e descarnando as ligações, ele não parava de tocar. E tocou, tocou, tocou até que, por exaustão do mecanismo, se calou. Mais tarde, quando saí para o almoço, ouvi na TSF que, esta manhã, Henrique de Canto e Castro tinha ido pisar os celestes palcos. Parei e pensei no alarme que não se calava, e tocava, tocava, num grito que depois me pareceu ser um sinal de anunciação da partida deste grande actor. Boa Viagem e obrigado!

31 de janeiro de 2005

O Choque Arqueológico

Queria ao máximo evitar o tema político neste modesto espaço, mas por força das circunstâncias, faço aqui uma incursão, se me for permitido.
Acontece que quando Durão Barroso andava em campanha eleitoral, antes de ser Primeiro-Ministro, anunciou um “choque fiscal” que iria acabar com todos os problemas do país. Mas parece que não. Não resolveu os problemas do país, tendo no entanto contribuído radicalmente para o “anúncio dos choques” no discurso político.
De facto parece que a moda pegou. Santana Lopes anunciou o “Choque Administrativo”, José Sócrates o “Choque Tecnológico” e, penso que ontem, Paulo Portas, para não ficar atrás, anunciou o “Choque Moral”?!?!?. Aguardamos com expectativa o “choque” do PCP e do Bloco de Esquerda, caso decidam aderir ao movimento. Parece-me que vamos andar de choque em choque e acabar fulminados por electrocussão.
Senão vejamos a minha análise, e que por sinal até deve interessar muito… :).
Santana Lopes padece do mal “errático”, indo por aqui e ali, ao sabor daquilo que melhor parece e amua, pois ama demasiado a sua imagem. José Sócrates, segundo me é dado a perceber, padece do mal “egocêntrico”, pois só se ouve a ele e amua, pois ama demasiado a sua imagem. Paulo Portas padece do mal da “hiper-motivação” que lhe confere um postura ríspida e arrogante e amua, pois ama demasiado a sua imagem. Resta-nos três escolhas, por sinal fora do meu quadrante político: o PCP, meio inanimado na verbalidade de sempre; o Bloco de Esquerda, que parece o único partido político que parece defender alguma coisa e com um projecto coerente; e, finalmente, o “partido de Saramago”, que corresponde ao voto em branco.
Mas em que é que isso contribui para a arqueologia? Trata-se de uma questão de perspectivas futuras, senão vejamos.
  1. É certo que os governos de António Guterres corresponderam aos “anos de ouro” da arqueologia em Portugal. No entanto, o actual P.S. não parece nada para aí virado pois, lido o seu programa de governo, afigura-se-me que as menções à museologia e ao património não passam disso. Restará o investimento no cinema e teatro.
  2. Os governos do P.S.D., pós Guterres, simplesmente erradicariam as palavras Arqueologia e Património, principalmente a primeira, mantendo a muito custo os projectos que já decorriam, assim como o Instituto que tutela a actividade. Cultura para eles resume-se ao cinema e teatro.
  3. Seja qual for o governo eleito, a arqueologia continuará a ser o parente pobre da comunidade científica, pois apenas são contempladas, nos programas de investimento em bolsas de investigação, as ciências “nobres”?!?!?!. Nem o lobbie (palavra feia) do turismo nos vale, pois, ao que parece, a oferta turística resume-se às actividades balneares e a uma área específica do território, cavando cada vez mais o fosso entre o litoral e o interior, não fosse o ministério instalado no Algarve… porque não na Guarda? Castelo Branco? Viseu? Bragança?, já que se trata teoricamente do antípoda. Porque o interior tem, maioritariamente, para oferecer o turismo cultural e não o de recreio. Este é um dos rostos da nossa mentalidade colectiva, que prefere uma boa tosta no areal de uma praia, e é verdade sabe sempre muito bem, mas é incapaz de mudar a rotina e visitar um Museu, por exemplo.
  4. Continuará o poder político a permitir a depredação do património arqueológico em nome de um “desenvolvimento” duvidoso? É que o desenvolvimento deve ser integrado, desenvolvido em todas as áreas, e não apenas sectorialmente, senão não é nada. Custa-me a crer que haja algum arqueólogo que esteja contra a construção de uma via de comunicação, ou de uma infra-estrutura qualquer, ou que não seja apologista do desenvolvimento, principalmente quando se trata de regiões do interior. No entanto permanece a atitude do “destrói e esconde” por parte de muitos, distribuindo-se a culpa por todos nós. Em muitos casos o arqueólogo só avança para o campo apenas com um mês, ou menos, para a obra começar ou a estrada passar sobre determinado sítio, tornando-se assim impossível a salvaguarda mínima de informação. Isto sucede mesmo nos casos em que o projecto já tem anos, pelo que a atitude mais séria e responsável seria o início atempado dos trabalhos. Mas até aqui a mão política é perversa, pois a lei determina que são os donos da obra que pagam à equipa de arqueologia. Ora se eu fosse dono da obra, também não quereria pagar para uns “indivíduos” andarem a desenterrar “coisas”, que até poderiam ser valiosas, mas vão para o Estado e não para mim. “Se pago tenho direito a ficar com elas!”. O mesmo seria comprar um automóvel para o vizinho… não? Mais uma vez o reflexo da nossa mentalidade colectiva, pois “deixa-se rolar... pode ser que não seja necessário…”.
Não digo isto na perspectiva do “bota abaixo”, mas sim na expectativa que estes assuntos se discutam. E é verdade que o são no seio da comunidade arqueológica, e certamente muitos têm boas propostas a fazer… mas quem nos ouve? Encontramo-nos, em Portugal, assim tão em risco como profissão, ou como ciência, que o melhor é não causar grandes ondas? Não sei, sou ainda muito novo para saber essas coisas, é verdade! Não deveríamos, ainda mais e cada vez mais, discutir estes assuntos até que nos ouçam? Recorrer a todos os meios dignos para nos afirmarmos como classe profissional? Não nos deveríamos unir em causas comuns?
Não sei, ainda sou muito novo para saber, mas gostava de viver o dia em que o arqueólogo fosse respeitado como o é o engenheiro, o arquitecto, o biólogo… mas isso requer união… será que temos força? Será que vamos sobreviver ao interesse político??