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20 de setembro de 2005

Ainda acerca dos problemas da arqueologia...

Para ilustrar melhor a resposta á pergunta de Vasco Gil Mantas, onde se questiona se os arqueólogos têm medo da mudança, tomei a liberdade de me socorrer daquilo que Vítor Oliveira Jorge expõe no seu livro “Arqueologia, Património e Cultura” - também de uma forma clara, explícita e acima de tudo desassombrada - relatando um dos maiores problemas da arqueologia portuguesa, e um dos factores que, provavelmente, mais inibe uma mudança.

“O que existe são duzentas ou trezentas pessoas que se reclamam dessa designação (de arqueólogo), mas que não estão profissionalmente bem organizadas. Encontram-se muito divididas, e, como se sabe são ainda muito frágeis em termos deontológicos e de resistência às «seduções» do poder. Não há uma consciência de «classe», uma consciência de unidade, que volte para o exterior uma face sem fracturas, atitude essencial para que a arqueologia se possa afirmar no seio da sociedade como uma profissão. Isso não significa unanimismo, ou consenso forçado, mas o seu contrário: maturidade para assimilar as diferenças, e jogar com elas a nosso favor, assentando num denominador comum mínimo, como plataforma para reivindicarmos uma acção mais eficaz no seio da sociedade. Pluralismo, e capacidade para se concertar uma estratégia, são duas realidades que se não contradizem, antes mutuamente se reforçam; porém, exigem que ultrapassemos um certo limiar de amadurecimento colectivo.”
in: Jorge, Vítor Oliveira (2000). Arqueologia, Patrimonio e Cultura. Lisboa: Instituto Piaget, p. 61.

19 de setembro de 2005

No correio archportiano...

Foi com satisfação que li no Archport, e apresentado de uma forma assim tão concreta e pela mão de um profissional autorizado como Vasco Gil Mantas da FLUC, algo que com um grupo de amigos de faculdade temos vindo a discutir. Sem demoras cito os pontos de resolução apontados:

“1 - Realização de um Congresso para discutir a situação actual e as perspectivas futuras da Arqueologia Portuguesa, uma vez que se esfumou definitivamente o mito do "poder da arqueologia". Mas um Congresso com efeitos práticos. Basta ler as conclusões dos diversos congressos, desde há 30 anos, para ver o que valem.
2 - Como já defendi frequentemente, advogo a mudança da tutela da Arqueologia do Ministério da Cultura para o Ministério da Ciência e do Ensino Superior. A Arqueologia é uma actividade científica. Não tem nada que ver com Indiana Jones ou com literatura tipo "Quo Vadis?". Será que os arqueólogos têm medo da mudança?”

Quanto à primeira questão, julgo que as reuniões para discussão não de temas arqueológicos, mas sim de questões deontológicas, técnicas e de filosofia, inerentes à ciência arqueológica, deveriam decorrer anualmente, através da constituição de verdadeiros grupos de trabalho regionais, temáticos, ou de qualquer outro cariz, que apresentariam as suas conclusões e opiniões nessa reunião anual. Assim levantavam problemas relativos à investigação e se lançavam novos desafios.

Quanto à segunda proposta apresentada, considero ser mais que evidente a passagem da arqueologia para a tutela do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, exactamente pelos motivos apontados… trata-se de uma ciência, pelo menos no resto do mundo, onde já não existe lugar para amadorismos ou forma de “entreter o tempo”. Relativamente ao medo da mudança… sim, os arqueólogos têm medo da mudança, pois nem sequer estando reunidos numa ordem profissional querem ser mais papistas que o Papa.

10 de setembro de 2005

Foi localizado....

Afinal sempre se acabou por descobrir o afamado "Cú de Judas". Esta informação, chegada via email, apenas localiza o local numa carta militar à escala 1:25.000, não existindo mais informações acerca do distrito, concelho e freguesia... não se pode ter tudo.

6 de setembro de 2005

O Dicionário DEISS

Hoje não tinha nada para fazer e por isso decidi criar um novo blog. Chama-se “Dicionário DEISS: Dicionário das Expressões Incomuns e dos Segundos Sentidos”.
Insere-se na classe dos blog’s de comunidade, visto que permite a participação de quem quer que seja.
Fica aqui o apela para participarem e o link, pois o que interessa saber já lá está, na nota de abertura.

http://dicionariodeiss.blogspot.com/

Participem!!!