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19 de setembro de 2005

No correio archportiano...

Foi com satisfação que li no Archport, e apresentado de uma forma assim tão concreta e pela mão de um profissional autorizado como Vasco Gil Mantas da FLUC, algo que com um grupo de amigos de faculdade temos vindo a discutir. Sem demoras cito os pontos de resolução apontados:

“1 - Realização de um Congresso para discutir a situação actual e as perspectivas futuras da Arqueologia Portuguesa, uma vez que se esfumou definitivamente o mito do "poder da arqueologia". Mas um Congresso com efeitos práticos. Basta ler as conclusões dos diversos congressos, desde há 30 anos, para ver o que valem.
2 - Como já defendi frequentemente, advogo a mudança da tutela da Arqueologia do Ministério da Cultura para o Ministério da Ciência e do Ensino Superior. A Arqueologia é uma actividade científica. Não tem nada que ver com Indiana Jones ou com literatura tipo "Quo Vadis?". Será que os arqueólogos têm medo da mudança?”

Quanto à primeira questão, julgo que as reuniões para discussão não de temas arqueológicos, mas sim de questões deontológicas, técnicas e de filosofia, inerentes à ciência arqueológica, deveriam decorrer anualmente, através da constituição de verdadeiros grupos de trabalho regionais, temáticos, ou de qualquer outro cariz, que apresentariam as suas conclusões e opiniões nessa reunião anual. Assim levantavam problemas relativos à investigação e se lançavam novos desafios.

Quanto à segunda proposta apresentada, considero ser mais que evidente a passagem da arqueologia para a tutela do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, exactamente pelos motivos apontados… trata-se de uma ciência, pelo menos no resto do mundo, onde já não existe lugar para amadorismos ou forma de “entreter o tempo”. Relativamente ao medo da mudança… sim, os arqueólogos têm medo da mudança, pois nem sequer estando reunidos numa ordem profissional querem ser mais papistas que o Papa.

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