Páginas

26 de outubro de 2005

GPS e a Arqueologia III

A questão levantada por um comentário anónimo nos “post” anterior dedicado a este tema, levantou questões pertinentes, nomeadamente relativas à desactivação dos erros induzidos pelo DoD e a discordância entre as coordenadas GPS e as obtidas através da Carta Militar.
Quanto ao GPS, primeiramente devemos ter em conta que o sistema de posicionamento global normalmente utilizado é o GPS SPS (Standard Positioning System), estando este sempre sujeito à degradação do DoD nos valores apontados nos “post’s” anteriores e que, em condições ideais e devidamente estimados pelo aparelho, sendo o erro sempre menor que 15 metros. Só no caso de se utilizar o GPS PPS (Precise Positioning Service) é que conseguimos obter valores de precisão mais fiáveis.
Em seguida, e no seguimento do anterior, temos que ter em conta o tipo de aparelho que utilizamos. É um aparelho para uso topográfico ou cartográfico, que com recurso a software próprio aproxima as margens de erro ao PPS? Ou é um aparelho, normalmente denominado por “básico” de uso recreativo? Os valores de precisão, naturalmente, irão variar consoante os casos, sendo essa precisão menor (logo maior margem de erro) no último caso.
Por fim, os problemas de precisão das coordenadas dos GPS’s, são os mesmo que os das obtidas através da cartografia impressa. Assim, em condições normais, a precisão das coordenadas será maior que aquela feita “a olho” no terreno e através da cartografia impressa. No entanto, e era esse o objectivo desta série de “post’s”, devemos ter em conta os erros a que os aparelhos de GPS estão sujeitos e procurar métodos de controlo desses erros.
Por exemplo, podemos escolher um ponto, exemplo um marco geodésico, na cartografia impressa e retirar-lhe as coordenadas. Em seguida deslocarmo-nos ao terreno e com o GPS obter as respectivas coordenadas. Por comparação dos valores podemos estimar quantos minutos, segundos ou metros (consoante o tipo de coordenadas) existem de diferença. Em ambos os casos é fundamental que se utilize o mesmo sistema de coordenadas, assim como o mesmo Datum, pois caso contrário, mesmo que as leituras fosse precisas, nunca corresponderiam uma à outra.
Esta pode não ser a melhor forma de controlar os erros, no entanto talvez seja aquela mais prática e menos dispendiosa. O ideal seria mesmo termos ao nosso dispor GPS’s Topográficos ou Cartográficos, pois assim poderíamos confiar mais descontraidamente nos valores das coordenadas. No entanto e na impossibilidade de os ter, no campo temos como melhores aliados os pontos notórios fixos da paisagem, como por exemplo o marco geodésico, torres de igreja, casas isoladas, entre outros, que desde que marcados na cartografia impressa nos podem servir de referência para os controlos de erro tantos dos GPS como na determinação de localizações “a olho”, através da medição das suas distâncias reais à verificadas na cartografia.
Em suma, julgo que não se poderá obter uma boa coordenada com recurso a um aparelho GPS sem a ajuda da cartografia impressa, assim como da cartografia impressa sem a ajuda do GPS. No entanto, folhas a 1:25.000 quase todos as teremos, agora GPS é que não… hehehe.
Relativamente ao GPS deixo aqui algumas ligações úteis para a questão dos erros induzidos:

Sem comentários: