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10 de outubro de 2005

GPS e a Arqueologia II

Como, mesmo na tecnologia, na é perfeito, e na sequência do “post” GPS e a Arqueologia I, vou agora falar das causas dos erros a que as leituras nos aparelhos GPS estão sujeitas.
Existem três tipos de “indutores” do erro e que podem surgir isolados ou combinados, sendo eles:
  1. Erros provocados por ruído (noise): São erros combinados pelo efeito do código Pseudo Random Noise (cerca de 1 metro), que modela o sinal da frequência L1, e pelo ruído do receptor (cerca de 1 metro).

  2. Erros induzidos (bias): Relativos ao acesso selectivo do Departamento de Defesa dos E.U.A. (DoD) que degrada o sinal do SPS, alterando a sua precisão potencial do código de aquisição (Coarse Acquisition) de 30 metros para cerca de 100 metros. Além deste existe o erro do relógio dos satélites (veículos espaciais ou “SV”), não corrigido pelo Segmento de Controlo e que é de cerca de 1 metro. O atraso troposférico também influência as leituras em cerca de 1 metro, assim como o atraso ionosférico não modelado e que provoca erros de 10 metros. Por fim, nesta categoria, os erros provocados pela reflexão do sinal por superfícies perto do receptor e que podem atingir cerce de 0,5 metro.

  3. Erros grosseiros (blunders): Resultantes de enganos do Segmento de Controlo originados pelo computador ou por falha humana, erro esse que varia de 1 metro a centenas de quilómetros. Enganos do utilizador, por exemplo na escolha incorrecta do datum e cujo erro pode variar entre o metro a centenas de metros. Erros de receptor motivados pelo hardware ou software cuja variabilidade é de qualquer dimensão.
Quando se verifica uma combinação de erros provocados por ruído e indução, o erro é de cerca de 15 metros por cada satélite usado na determinação da posição. Assim, neste caso, caso se utilizem três satélites, e por infelicidades somos afectados simultaneamente por erros de noise e bias temos um erro de 45 metros.
Por fim existe aquele que, talvez, afecte as leituras com mais frequência. Trata-se da Degradação Geométrica da Precisão e Visibilidade (GDOP). Este erro relaciona-se com o ângulo do receptor relativamente aos satélites (SV). Por exemplo se no momento da leitura os satélites estiverem com ângulos muito fechados relativamente ao receptor temos um mau GDOP. Por outro lado, se os ângulos forem razoavelmente diferentes temos um bom GDOP. Por outro lado, mesmo com ângulos diferentes e um bom GDOP, temos que ter em conta a visibilidade, ou seja, se existem obstáculos que degradem ou interrompam o sinal, como por exemplo montanhas e edifícios altos.
Assim, num dia mau podemos colocar um sítio no concelho vizinho ou mesmo no meio do oceano.

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